Prefeito de Lagarto troca gestão técnica por compadrio nas finanças

A recente decisão do prefeito de Lagarto, Sérgio Reis, de substituir a responsável pela Secretaria de Finanças tem gerado questionamentos sobre os rumos de sua administração. No lugar de uma profissional com perfil técnico e sem histórico de irregularidades, ele nomeou o advogado Caíque Vasconcelos, amigo pessoal e aliado político de longa data. A mudança levanta dúvidas sobre as reais intenções do gestor: profissionalizar a administração pública ou fortalecer um círculo de confiança à frente do orçamento de uma das maiores cidades de Sergipe?
De gestão técnica à política de apadrinhamento
A secretária afastada tinha reconhecimento pelo trabalho criterioso e alinhado às boas práticas de gestão fiscal. Sua substituição abrupta, sem justificativa clara, gerou surpresa e preocupação. Afinal, por que abrir mão de um perfil técnico em uma área estratégica como as finanças públicas?
O nomeado para o cargo, Caíque Vasconcelos, além de advogado, é figura próxima do prefeito, sendo parceiro de diversas empreitadas políticas. No entanto, sua trajetória não inclui experiência em gestão fiscal ou administração de recursos públicos, o que acende um alerta sobre os critérios adotados por Sérgio Reis para definir os ocupantes de cargos-chave em sua gestão.
Uma decisão que compromete a transparência?
A Secretaria de Finanças é uma das pastas mais sensíveis de qualquer administração municipal. É dela que partem as diretrizes para a arrecadação, aplicação de recursos e equilíbrio fiscal da cidade. Colocar um nome sem experiência comprovada na área pode comprometer a eficiência e a transparência da gestão pública.
Além disso, a decisão do prefeito reforça a percepção de que o discurso de renovação e profissionalismo, amplamente utilizado durante sua campanha, pode estar cedendo espaço para práticas mais tradicionais da política, onde alianças pessoais pesam mais do que a competência técnica.
O que esperar do "jeito novo" de governar?
Sérgio Reis foi eleito com a promessa de uma administração moderna e eficiente, pautada pela responsabilidade com a coisa pública. No entanto, ao afastar uma gestora com experiência e colocar no lugar um aliado sem histórico na área financeira, ele lança dúvidas sobre qual modelo de gestão pretende seguir.
A população de Lagarto precisa estar atenta: a troca na Secretaria de Finanças é um movimento isolado ou um prenúncio de que cargos estratégicos seguirão sendo ocupados por indicações políticas em detrimento da qualificação técnica?
Se a gestão municipal deseja realmente demonstrar compromisso com a eficiência e a transparência, precisa esclarecer os motivos dessa substituição e garantir que as decisões administrativas não estejam sendo pautadas apenas por relações pessoais. Caso contrário, o “jeito novo de governar” pode rapidamente se revelar um velho conhecido da política sergipana.